Doações de 2004
© Mário Valente/DGPC
Mármore e madeira
80 x 270 x 125 cm
José Pedro Croft
Sem título, 1995
Retomando as questões diretrizes da tradição escultórica, Croft conduz uma indagação sobre a impossibilidade da escultura atual através de uma cirúrgica e, portanto, eficaz e rigorosa investigação em torno do espaço, entendido como interação de volumes e vazios. Uma economia processual, assente na integração de objetos utilitários, como ponto de partida para uma experimentação sobre o espaço (uma mesa) e na posterior anexação, de carácter proteico, como o próprio artista a qualificou, de materiais e formas procedentes de realidades heterogéneas e divergentes (quatro placas de mármore). Estas placas dispõem-se de forma a preencherem os vãos da forma elementar da mesa, assim delimitando o vazio interior e tornando-o visual e volumetricamente contabilizável, ao mesmo tempo que nos são subtraídas parcialidades do próprio objeto, provocando deste modo a sua desfuncionalização. Um jogo de tensões é suscitado pela ativação do espaço falsamente vazio e pelas oposições entre vazio e cheio, entre a vida orgânica e a frieza do inorgânico, entre o claro e o escuro, entre a leveza e o peso. (Maria Jesus Ávila)
Vários Artistas
Revista KWY
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